sexta-feira, 11 de junho de 2010

Obcecado para Matar (Relentless) - 1989


Obcecado para Matar (Relentless / 1989) é um típico policial dos anos 1980, roteirizado por Phil Alden Robinson – também responsável pelo script da memorável comédia Um espírito baixou em mim (All o f Me / 1984) – e dirigido pelo aficionado por filmes de baixo orçamento William Lustig.
Conta a história do serial killer Arthur “Buck” Taylor (Judd Nelson), jovem perturbado que, em parte por sua relação complicada com o pai falecido – um admirado policial -, desenvolve tendências assassinas. Ele força as próprias vítimas a desferirem o golpe fatal, deixando como assinatura a página da lista telefônica onde as escolhe com mensagens aos policiais. Os crimes do denominado sunset killer são investigados por uma dupla de policiais, o jovem e arrojado Sam Dietz (Leo Rossi, em ótima performance), recém chegado na delegacia, e o veterano Bill Malloy (Robert Loggia), que inicialmente não dá crédito às suposições do parceiro.
Ainda que não se configure como antológico, Obcecado para Matar não é uma perda de tempo, valendo a pena uma olhada. Principalmente pela caracterização do maníaco pelo ex-brat pack (aquele grupo de atores jovens que marcou o início da década de 80 com filmes direcionados ao público adolescente) Judd Nelson. Sua composição do personagem - bastante diferente do John Bender de O Clube dos Cinco / The Breakfast Club e do Alec Newbary de O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas /St. Elmo’s Fire (ambos de 1985) -, um psicopata apático e de olhar vago que se transfigura em ameaçador e brutal quando acua e ataca suas vítimas é, sem dúvida, o ponto alto da produção.
Concordo que na construção da trama policial e do suspense, o filme pode deixar a desejar para os acostumados aos thrillers pós-Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs / 1991) O modo narrativo envelheceu, aparentando ter sido construída de forma morna e burocrática, sem ritmo e com personagens pouco desenvolvidos. De modo semelhante, os crimes carecem de impacto, com pouca criatividade e violência atenuada se comparados aos retratados nas telas hoje em dia. Mas é importante lembrar que leva a assinatura de Lustig (de quem voltaremos a falar), que após seu debut no cinema pornô (The Violation of Claudia /1977, como Billy Bagg) foi responsável pela obra prima do horror Maniac (1981) e os subseqüentes Vigilante (1983) e Maniac Cop (1988).
A versão que serviu de base foi a lançada em VHS, pela Warner.