quarta-feira, 29 de abril de 2009

El Vampiro (1957) - Obra prima do horror mexicano.


Por esses dias revi El Vampiro (1957), que considero a pedra fundamental do ciclo de horror do cinema mexicano iniciado no final da década de 1950. Produzido por Abel Salazar e influenciado pelo Drácula da Universal, El Vampiro obteve bons resultados de público e crítica. O filme, dirigido por Fernando Mendez, mantém elementos recorrentes ao universo criado por Bram Stoker, com a diferença, que o torna bastante singular, da ação deslocada dos Cárpatos e da Londres vitoriana para uma hacienda na remota localidade mexicana de Sierra Negra. A narrativa também inova, com o acréscimo de novos elementos para a manjada trama e alguns artifícios de ambiência gótica mais efetivos do que os utilizados até então. Na trama, a jovem Marta retorna a Sierra Negra para ver a tia adoentada na propriedade rural da família, denominada Los Sicomoros. Lá chegando fica sabendo da morte da mesma, após anos atormentada pela crença de estar sendo perseguida por um vampiro. No decorrer da história ficamos sabendo que este, na verdade, era o vizinho, conde Duval (Germán Robles, um dos primeiros atores a ostentar caninos proeminentes), que com a ajuda da outra tia de Marta, a sexy Eloísa – já vampirizada -, pretendia tomar posse de Los Sicomoros com o intuito de reviver seu irmão, morto cem anos atrás pelos habitantes da região e enterrado na cripta da hacienda. Os cuidados com a produção ficam evidentes na fotografia em preto e branco, que captura muito bem a atmosfera lúgubre, de altos contrastes e brumas; nos enquadramentos e efeitos de luz que reforçam o insólito das seqüências. Como as aparições da tia morta, saída da sepultura agarrada ao grande crucifixo com o qual foi enterrada, e os movimentos da dupla de vampiros: Eloísa e Duval. O que em nada deixam El Vampiro atrás de outras duas produções que, na passagem dos anos 50 para 60 iriam revigorar a temática do vampirismo nas telas: O Vampiro da Noite (Horror of Dracula / 1958), de Terence Fisher – que por sua vez teria se inspirado na produção mexicana (GREENE, 2005, p.8) - e A Máscara de Satã (La Maschera Del Demonio / 1960), de Mario Bava.
O sucesso do filme – inclusive na Europa - levou a ABSA, produtora de Salazar, a investir no filão. Deixou como legado, além da continuação El Ataúd Del Vampiro (1958), títulos como: El Hombre y El Monstruo (1958), El Mundo de los Vampiros (1960), El Espejo de la Bruja (1960), La Cabeza Viviente (1961), La Maldición de la Llorona (1961) e El Barón del Terror (1961).