terça-feira, 14 de julho de 2009

O novo formato do horror.


Não é novidade o cinema de horror ser o meio por excelência para novos cineastas desenvolverem projetos ousados de forma independente. Conseqüentemente, é pelas mãos desses intrépidos diretores que o gênero se desenvolve e se renova. Foi assim nos anos 1960 e 1970, com Corman e Lewis, seguidos por Romero, Hooper e Craven; na década de 1980 (e seguinte), com John MacNaughton (do assustador Henry: Retrato de um Assassino / Henry: Portrait of a Serial Killer), os delírios de Charles Band (Full Moon), Stuart Gordon, Sam Raimi e Brian Yuzna; etc... Essa turma influenciou de maneira decisiva a nova geração, que cresceu com o videocassete e adentrou no milênio dando novo fôlego ao horror cinematográfico com uma estética que não só refletia os avanços no aparato técnico – edição, iluminação, fotografia (graças aos recursos das tecnologias mais recentes) -, como elevava os níveis de picardia e violência dos antecessores. A popularização dessa tecnologia, com a redução dos custos, tornou possível a produção de uma obra audiovisual com acabamento bastante profissional, bem distante das pioneiras e toscas experimentações pioneiras em VHS. Mais do que a evolução das câmeras, é importante ressaltar, o uso do computador e softwares de edição, (alguns com recursos bem avançados) foram elementos decisivos. Nesse universo, um meio de divulgação também interferiu no modo de produção: a Internet, que não só alavancou a publicidade dos títulos através dos websites e comunidades de aficionados, mas também permitiu a exibição dos mesmos, desprezando os tradicionais intermediários: distribuidores e salas de exibição comprometidos com as grandes produções. É o caso dos sites que permitem que usuários disponibilizem, compartilhem e assistam vídeos em formato digital e atualmente hospedam milhares de produções de todos os tipos, dos quais o grande destaque é o You Tube. Vale a pena, portanto, perdermos algum tempo garimpando por títulos que, de outro modo, dificilmente teríamos acesso. Em nosso caso específico, recomendo a série da Hammer (isso mesmo, a velha companhia inglesa renascendo das cinzas através da web) Beyond the Rave (2008), uma história de vampiros em vinte episódios. Conta a história de Ed, um soldado prestes a embarcar para o Iraque que passa a sua última noite em busca da namorada desaparecida, vista pela última vez em uma rave muito estranha. Bastante interessante (para quem curte um trash) é When Evil Calls (2006), divulgado como a primeira série de horror feita para celular. Se passa em um internato, onde simples mensagens de texto tornam realidade os desejos de quem as recebe, desencadeando uma seqüência de acontecimentos bizarros. A tranqueira lembra aquelas produções dos anos 1980, com muitas cenas de nudez e sangueira.

Beyond the Rave – Trailler: http://www.youtube.com/watch?v=V3y1cpsQbrQ
Beyond the Rave – Episódio 1: http://www.youtube.com/watch?v=epQytGiyRGo
When Evil Calls – Trailler: http://www.youtube.com/watch?v=ebCCo0i2s44

Outros que assisti recentemente e devem ser conferidos são:

Morsure
http://www.youtube.com/watch?v=qvFAy_NSncg&feature=fvst - produção francesa de 2007 dirigida por David Morlet, sobre uma praga que transforma as pessoas em uma espécie de zumbis mutantes.
Skeletons in the Closet / Skeletti i Garderoben
http://www.youtube.com/watch?v=gEdwi7XfdMk&feature=featured - do sueco Ulrik Friberg (2008), onde um casal acorda no chão de um apartamento decadente sem nenhuma lembrança de quem são ou do que estão fazendo ali.
Spider
http://www.youtube.com/watch?v=Zdj9vMH4BfQ&feature=channel - horrível e divertido curta de Nash Edgerton (2007).
Boas férias!!!!