No final dos anos 1950 e durante toda a década seguinte, o cinema de horror foi atraído para diversas direções, entre elas a evolução do novo cinema gótico, representado principalmente pela britânica Hammer Films e a americana A.I.P. (destacando-se o ciclo de filmes de Roger Corman adaptados da obra de Edgar Allan Poe).
Pequena companhia, a Hammer conheceu o sucesso comercial com algumas produções de ficção científica bem acima da média do que se fazia no período. Graças ao sucesso de Terror que Mata (The Quatermass Xperiment/19555) a Hammer direcionou a sua produção para os filmes de terror, revitalizando nas telas os velhos monstros da Universal, iniciando com A Maldição de Frankenstein (The Curse of Frankenstein/1957) e O Vampiro da Noite (Dracula/1958). A diferença, porém, é que o horror antes sugerido ficou maise explícito, com a abundância do vermelho technicolor do sangue.
É interessante perceber em como, em tão pouco tempo, o gênero se modificou – resultado claro de uma nova forma de abordagem por parte de novos diretores, assim como de segmentos da indústria e as novas tendências do público.. O fato é que após sua estréia triunfal no final dos anos 1950, inaugurando o filão do horror britânico nas telas, a Hammer atravessou as décadas seguintes em processo de morte lenta.
A Hammer fez escola à partir de sua revisão dos monstros da Universal. Sua Maldição de Frankenstein possui todos os elementos já conhecidos da história. O problema é que até hoje, nenhum filme sobre a criatura conseguiu se aproximar da obra de James Whale, com sua fotografia em branco e preto, cenografia de influência expressionista e um monstro que passou a fazer parte do imaginário coletivo. A Maldição de Frankenstein, sucesso de público na Inglaterra e EUA, após ser distribuído pela Warner, já mostrava as sementes do que se tornaria uma estética: mais dinamismo, violência explícita, mulheres insinuantes e erotismo, além de sets reproduzindo com material barato as aldeias e vilas da Europa Central do século XIX, com castelos, carruagens e tavernas. A diferença mais marcante no Frankenstein da Hammer foi a inversão de enfoque, priorizando o cientista e deixando a criatura em segundo plano.
O Vampiro da Noite, feito em seguida, é superior ao Drácula de Tod Browning. E Christopher Lee, seu intérprete, mais aterrador e sensual do que poderia sugerir a inexpressiva figura de Bela Lugosi, com seus gestos teatrais. O Vampiro da Noite foi a consolidação financeira e de público da Hammer. Diferente do filme de Browning, o enfoque é carregado de sexualidade. O Drácula de Lee encarna a própria maldade e perversão, ostentando lascivo grandes presas pontudas. Suas vítimas femininas, vestidas em corpetes decotados que deixavam os seios quase a mostra, morrem ofegantes, com erótico entusiasmo durante a mordida fatal, numa personificação de eros e thanatos: o orgasmo na hora da morte, tema que se tornaria recorrente nos filmes de horror.
Pequena companhia, a Hammer conheceu o sucesso comercial com algumas produções de ficção científica bem acima da média do que se fazia no período. Graças ao sucesso de Terror que Mata (The Quatermass Xperiment/19555) a Hammer direcionou a sua produção para os filmes de terror, revitalizando nas telas os velhos monstros da Universal, iniciando com A Maldição de Frankenstein (The Curse of Frankenstein/1957) e O Vampiro da Noite (Dracula/1958). A diferença, porém, é que o horror antes sugerido ficou maise explícito, com a abundância do vermelho technicolor do sangue.
É interessante perceber em como, em tão pouco tempo, o gênero se modificou – resultado claro de uma nova forma de abordagem por parte de novos diretores, assim como de segmentos da indústria e as novas tendências do público.. O fato é que após sua estréia triunfal no final dos anos 1950, inaugurando o filão do horror britânico nas telas, a Hammer atravessou as décadas seguintes em processo de morte lenta.
A Hammer fez escola à partir de sua revisão dos monstros da Universal. Sua Maldição de Frankenstein possui todos os elementos já conhecidos da história. O problema é que até hoje, nenhum filme sobre a criatura conseguiu se aproximar da obra de James Whale, com sua fotografia em branco e preto, cenografia de influência expressionista e um monstro que passou a fazer parte do imaginário coletivo. A Maldição de Frankenstein, sucesso de público na Inglaterra e EUA, após ser distribuído pela Warner, já mostrava as sementes do que se tornaria uma estética: mais dinamismo, violência explícita, mulheres insinuantes e erotismo, além de sets reproduzindo com material barato as aldeias e vilas da Europa Central do século XIX, com castelos, carruagens e tavernas. A diferença mais marcante no Frankenstein da Hammer foi a inversão de enfoque, priorizando o cientista e deixando a criatura em segundo plano.
O Vampiro da Noite, feito em seguida, é superior ao Drácula de Tod Browning. E Christopher Lee, seu intérprete, mais aterrador e sensual do que poderia sugerir a inexpressiva figura de Bela Lugosi, com seus gestos teatrais. O Vampiro da Noite foi a consolidação financeira e de público da Hammer. Diferente do filme de Browning, o enfoque é carregado de sexualidade. O Drácula de Lee encarna a própria maldade e perversão, ostentando lascivo grandes presas pontudas. Suas vítimas femininas, vestidas em corpetes decotados que deixavam os seios quase a mostra, morrem ofegantes, com erótico entusiasmo durante a mordida fatal, numa personificação de eros e thanatos: o orgasmo na hora da morte, tema que se tornaria recorrente nos filmes de horror.
Continua...
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