Na postagem da semana passada fiz referência ao filme The Swinging Barmaids, dirigido por Gus Trikonis (que depois seguiu carreira dirigindo telefilmes e episódios de séries de tv). Na verdade, a produção de 1975 seria o tópico da vez, adiado por conta do breve tributo a Katie Saylor.
Todos sabemos do apreço que o cinema norte-americano tem por assassinos em série, pirados e degenerados de todos os tipos. Afeição que vem de longa data, como podemos comprovar com o Norman Bates de Psicose (Psycho/1960), o Max Cady de Cape Fear (1962) ou mesmo a encarnação de Albert Salvo (o estrangulador de Boston) por Tony Curtis em O Homem que Odiava as Mulheres (The Boston Strangler/1968). Mas só ganhou status definitivo quando se estabeleceu no mainstream como uma vertente do thriller com o sucesso de O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs), de Jonathan Demme (1991). Lembramos que o período que compreendeu final da década de 1960 e primeira metade da seguinte foi um dos mais violentos da história dos Estados Unidos. O público não via apenas seus filhos e maridos voltando para casa em caixões, mortos nas selvas vietnamitas. Mas testemunhava uma nova geração de assassinos que espreitava nas sombras esperando novas vítimas, como a família Manson, o franco-atirador Charles Whitman e o Zodíaco. O interessante é que desde o início dos sixties, a maior parte da produção de filmes sobre psicopatas derivava de pequenos estúdios, dentro do que se convencionou chamar de exploitation. Provavelmente por estarem mais à vontade do que as majors em mostrar cenas de sexo e violência (vale lembrar aqui o pioneiro Herschell Gordon Lewis com Banquete de Sádicos / Blood Feast, de 1963).
The Swinging Barmaids é um legítimo exemplar dessa leva. A trama de pouca duração gira em torno de quatro mulheres que serviam as mesas de um bar, circulando entre os fregueses em trajes sumários: Jenny (Laura Hippe), Susie (Katie Saylor – oba!), Renie Radich (Marie) e Boo Boo (a peituda Dyanne Thorne, que no mesmo ano ganharia notoriedade como a sádica nazista Ilsa, no clássico Ilsa, Guardiã Perversa da SS / Ilsa, She-Wolf of the SS). O inspirado Bruce Watson é Tom, o maníaco que fica obcecado com as moças e as persegue, matando uma a uma em seqüências violentas, surpreendentemente bem elaboradas e criativas para o tipo de produção. Isso sem contar que providencialmente as roupas das moças se rasgam durante os ataques, exibindo seus atributos mamários. Perseguido pelo tenente Harry (William Smith, figura fácil como coadjuvante na tv na época), raspa a barba e corta o cabelo, infiltrando-se no bar onde suas vítimas trabalhavam. Seu objetivo principal é Jenny, a “boa moça” que corteja, apesar dela ser comprometida com um jovem residente do hospital e não lhe dar a mínima. O filme termina com a polícia fechando o cerco e uma boa perseguição bem nos moles do que se fazia. Resumindo, para não me estender demais: uma boa pedida para quem não tem grandes pretensões – você pode até se surpreender -, belas mulheres seminuas e um ótimo sabor dos seventies.
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