Aproveitando o gancho da última postagem, quando tratei de O Caçador de Bruxas de Michael Reeves, volto com outro clássico. Para tanto, devemos lembrar que os temas que caracterizam o horror gótico ganharam impulso naquele início dos anos 1960 em filmes importantes como o I Vampiri (1956) de Riccardo Freda, ou mesmo no bem sucedido Horror de Drácula (Horror of Dracula/1958) da Hammer. Considero o ponto alto deste ciclo e um de seus momentos mais memoráveis A Máscara do Demônio (La Maschera del Demonio/1960), obra-prima do diretor Mario Bava, produção que sintetizou todos os paradigmas do cinema de horror gótico e tornou-se, conseqüentemente, um dos mais atmosféricos e assustadores filmes sobre feitiçaria e vampirismo. A Máscara do Demônio é um compêndio da temática gótica: o castelo lúgubre com suas alas abandonadas ou em ruínas, corredores úmidos, catacumbas, lendas tenebrosas e maldições ancestrais. Além de vilões perversos, da jovem inocente vítima maior dos horrores e o herói – na verdade o representante do bem que vai lutar contra as forças do mal desencadeadas.
Distribuído nos Estados Unidos pela AIP como Black Sunday, foi anunciado com o oportunismo habitual. Os distribuidores diziam se sentir com a “obrigação moral” de advertir que A Máscara do Demônio só deveria ser assistido por “pessoas com mentes amadurecidas”. Além disso foi mais um round na luta contra a censura, que tinha olhos especiais para os filmes de horror. Banido em vários países, levou oito anos para ser exibido na Inglaterra.
Filmado em preto e branco, com fotografia que acentua os contrastes de luz e sombras, além de enquadramentos que realçam a atmosfera de delírio e desolação, já na introdução mostra seu inovador e impactante visual. O filme começa com a execução, em algum ponto da Moldávia do século XVII, de uma sacerdotisa de Satã, a princesa Asa Vajda. Personagem que tornaria sua intérprete, Barbara Steele um ícone do gênero. Condenada à morte por seu próprio irmão, ela jura retornar da sepultura em busca de vingança. Asa é morta pelo objeto que dá título ao filme, uma máscara metálica, com grandes cravos pontudos, martelada em seu rosto. Conforme o prometido, ela volta dois séculos depois, quando seu túmulo é descoberto por um médico viajante e seu assistente. Este desastradamente se fere, deixando cair gotas de sangue sobre o cadáver de Asa. A influência da feiticeira não demora a se manifestar contra os novos membros de sua linhagem, principalmente sobre a jovem Kátia, que tem os mesmos traços da ancestral (Barbara Steele também, lógico).
Talvez Bruce Lanier Wright em seu livro Nightwalker:: Gothic Horror Movies (1995) não tenha exagerado ao considerá-lo o melhor filme de horror já feito em termos visuais, sendo praticamente único, entre os filmes de sua época, a empregar o visual de influência expressionista e a sensibilidade dos filmes de horror da Universal. E é nesse ponto que encontramos em A Máscara do Demônio um importante divisor de águas, representando, como nos sugere o autor, uma transição entre duas eras diferentes para a história do cinema. Sugestão com a qual concordo, já que o filme de Bava, se por um lado remete às tradições clássicas do horror, também introduz, como novos elementos, sadismo e imagens explícitas de cadáveres em decomposição ou mutilados. O rosto pálido, ainda marcado com os buracos feitos pela máscara e os olhos expressivos de Barbara Steele em destaque, dificilmente saem de nossa memória. Imperdível!!!
Distribuído nos Estados Unidos pela AIP como Black Sunday, foi anunciado com o oportunismo habitual. Os distribuidores diziam se sentir com a “obrigação moral” de advertir que A Máscara do Demônio só deveria ser assistido por “pessoas com mentes amadurecidas”. Além disso foi mais um round na luta contra a censura, que tinha olhos especiais para os filmes de horror. Banido em vários países, levou oito anos para ser exibido na Inglaterra.
Filmado em preto e branco, com fotografia que acentua os contrastes de luz e sombras, além de enquadramentos que realçam a atmosfera de delírio e desolação, já na introdução mostra seu inovador e impactante visual. O filme começa com a execução, em algum ponto da Moldávia do século XVII, de uma sacerdotisa de Satã, a princesa Asa Vajda. Personagem que tornaria sua intérprete, Barbara Steele um ícone do gênero. Condenada à morte por seu próprio irmão, ela jura retornar da sepultura em busca de vingança. Asa é morta pelo objeto que dá título ao filme, uma máscara metálica, com grandes cravos pontudos, martelada em seu rosto. Conforme o prometido, ela volta dois séculos depois, quando seu túmulo é descoberto por um médico viajante e seu assistente. Este desastradamente se fere, deixando cair gotas de sangue sobre o cadáver de Asa. A influência da feiticeira não demora a se manifestar contra os novos membros de sua linhagem, principalmente sobre a jovem Kátia, que tem os mesmos traços da ancestral (Barbara Steele também, lógico).
Talvez Bruce Lanier Wright em seu livro Nightwalker:: Gothic Horror Movies (1995) não tenha exagerado ao considerá-lo o melhor filme de horror já feito em termos visuais, sendo praticamente único, entre os filmes de sua época, a empregar o visual de influência expressionista e a sensibilidade dos filmes de horror da Universal. E é nesse ponto que encontramos em A Máscara do Demônio um importante divisor de águas, representando, como nos sugere o autor, uma transição entre duas eras diferentes para a história do cinema. Sugestão com a qual concordo, já que o filme de Bava, se por um lado remete às tradições clássicas do horror, também introduz, como novos elementos, sadismo e imagens explícitas de cadáveres em decomposição ou mutilados. O rosto pálido, ainda marcado com os buracos feitos pela máscara e os olhos expressivos de Barbara Steele em destaque, dificilmente saem de nossa memória. Imperdível!!!
Um comentário:
Eu era quase uma criança quando assiste a esse filme. Naquela época eu gostava muito desse gênero de filme; atualmente já não gosto. Entretanto gostaria de adquirir esse A MASCARA DO DEMÔNIO. Como e onde encontrá-lo?
Joao Bosco - Teresina-PI
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